quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

The Expanse (The Expanse, 2016 – SyFy)


The Expanse é uma série do canal SyFy baseada em uma série de livros ainda inacabada escrita por James S. A. Corey, sendo que o primeiro livro foi lançado em 2011. Obviamente, é possível perceber na série inspirações em outras séries e mesmo no mundo real. A história se passa em um futuro distópico no qual Terra, Marte, Ceres e outros corpos do Sistema Solar foram colonizados pelo homem. Terra e um Marte independente se constituíram como potências militares no sistema solar enquanto os demais copos celestes são dependentes das boa vontade das potências. Na primeira temporada, o maior destaque é dado a colônia humana em Ceres, planeta anão que se localiza entre a Terra e Marte em uma região chamada de cinturão de asteroides. Em um universo extremamente bem construído, vemos uma sociedade já constituída há décadas formada em sua maioria por pessoas que nasceram e foram criadas dentro da estação espacial e por isso a população, em sua maioria, possui deficiência devido ao crescimento em baixa gravidade. A sociedade ‘belter’ (em uma tradução livre ruim, ‘asteroidense’)  é extremamente dependente dos serviços prestados pelas naves espaciais terráqueas para o abastecimento da colônia com água retirada de asteroides de gelo que de fato orbitam o planeta Júpiter. Ai se dá o plot da série. Uma das naves que abastece Ceres com água é destruída por uma força estranha deixando uns poucos sobreviventes. Ato contínuo, outra nave na mesma região pertencente a revolucionários belters desaparece. A série utiliza a investigação dos mesmos eventos em três pontos de vista: um policial detive em Ceres, uma diplomata do governo terráqueo (representado pelas Nações Unidas) e os sobreviventes da nave de abastecimento.
O autor James Corey, assim como fez, por exemplo, George R. R. Martin de Game of Thrones avisou que sua séries de livros terá nove volumes, dos quais somente seis estão publicados. Não vejo chance de a história ficar incompleta nos livros mas acredito que noves temporadas é uma empreitada televisiva bastante arriscada em se tratando do SyFy. Retirando toda a franquia Stargate, poucos seriados do SyFy tiveram produzidas mais do que cinco temporadas. Mesmo a série mais marcante da ficção científica do século XXI, até agora, Battlestar Galactica teve somente quatro temporadas e foi sorte o SyFy ter produzido a quarta. No entanto a segunda temporada segue firme e forte, já sendo exibida nos EUA e tenho boas expectativas em relação à evolução do plot da série.
Avaliações:

História: 7,5
Esta nota é a média de dois critérios que avaliei: roteiro (5) e construção do universo (10). Acredito que a história demora a engrenar e pode fazer muitos espectadores desistirem no começo. No entanto, do meio da primeira temporada em diante, surge aquela expectativa pelo próximo episódio. A forma como  universo é mostrado, no entanto, é feita com maestria. A preocupação em mostrar os efeitos da gravidade em quem cresceu com gravidade baixa, a xenofobia mútua entre os habitantes do sistema solar, bem como uma amostra de como seriam as viagens interplanetárias se ocorressem hoje, transformando as tripulações das naves em grandes famílias presos durante meses em somente uma viagem de ida e volta.

Efeitos Especiais: 9
 Provavelmente alguns dos melhores efeitos especiais contidos em séries de ficção científica estão em The Expanse. Uma menção honrosa deve ser feita aos efeitos de gravidade zero. Creio que após filmes como Perdido em Marte e Gravidade tivemos um grande desenvolvimento nessa área que chegou à TV de forma muito bem executada em The Expanse. No entanto, devido a grande evolução técnica que tivemos em CGI, acredito que a série poderia caprichar mais em algumas das cenas de batalhas espaciais.

Atuações: 6
O ator mais conhecido de The Expanse é Jared Harris, que recentemente teve uma atuação brilhante como o Rei George VI em The Crown e no meio do SciFi é conhecido por ter interpretado David Robert Jones em Fringe. No entanto, Harris tem uma pequena participação estando em somente quatro episódios da primeira temporada. Os atores principais são ilustres desconhecidos, o que acaba sendo bom devido a previsão de contar a história de nove livros em nove temporadas. Conforme dissemos anteriormente, a série é dívida em núcleos. São três os núcleos principais. O primeiro é de Ceres e encabeçado pelo ator Thomas Jane (O Justiceiro no péssimo filme de 2004) que faz em The Expanse uma atuação sem grande destaque. O mesmo vale para o destaque do núcelo dos sobreviventes, Steven Strait (do péssimo 10.000 A.C.), que aparentemente vive uma jornada do herói estilo Star Wars em The Expanse. O último núcleo que se passa nas Nações Unidas na Terra é encabeçado pela atriz iraniana Shohreh Aghdashloo (que interpretou Dina Araz em 24 Horas, Stefania Vaduva Popescu em Grimm e Comodora Paris em Star Trek: Sem Fronteiras) que também não faz uma atuação muito empolgante. Vale ressaltar que boas séries de ficção científica nem sempre são acompanhadas de boas atuações.

Avaliação Global: 7
É uma série com um conceito muito diferente de todas as séries de SciFi hoje. Pertence a uma trinca de séries únicas do canal SyFy ao lado de Killjoys e Dark Matter que também são séries únicas. As duas últimas tiveram um salto de qualidade em relação as primeiras temporadas e minha expectativa é que The Expanse siga o mesmo caminho. Para quem gosta de séries, The Expanse é uma série que recomendo.


sábado, 4 de abril de 2015

Interestelar (Interestellar, 2014 - Cristopher Nolan)





Se passou quase um ano desde a última postagem neste blog. Este “quase ano” foi incrível para os lançamentos de ficção científica, tanto no cinema quanto na televisão. Porém, esta nova postagem serve como um tributo ao filme que eu já considero como a melhor obra de ficção científica lançada até o momento nesta década. Não confunda, é claro, com filmes de ação e aventura Sci-Fi, para mim, são categorias diferentes. Interestelar, de Christopher Nolan, se compara a Gattaca, de Andrew Niccol ou a Contato de Robert Zemerickis. É um filme cerebral.

A história se passa em um futuro não muito distante em que o planeta Terra está se deteriorando devido à ação do homem sobre a natureza. A sociedade então se organizou de forma que apenas atividades essenciais fossem desenvolvidas, sendo que a mais importante atividade é a produção de alimentos. Nisso se insere o personagem vivido pelo excelente Matthew McConaughey, Cooper Cole, um engenheiro e piloto de aeronaves, viúvo, que acaba sendo obrigado a trabalhar com seu sogro como fazendeiro de forma a sustentar sua família. A história, porém, muda quando a filha de Cooper, Murphy (interpretada por Mackenzie Foy, Jessica Chastain e Ellen Burstyn – Sim! Três atrizes) encontra uma anomalia espacial dentro do seu quarto que continha coordenadas geográficas para uma instalação secreta da NASA gerida por um ex-professor de Cooper (Professor Brand, interpretado por Michael Caine) que, por acaso, era fã das habilidades de pilotagem e comando de seu pupilo. Dessa forma, Cooper, ao lado da filha do professor (Anne Hathaway), de Doyle (Wes Bentley) e Romilly (David Gyasi) parte para outro sistema planetário em outra galáxia em busca de um novo planeta para a humanidade. Neste ponto, imagino que muitos leitores, devido a esta sinopse sincera, já desistiram de ver o filme. Porém, façam força, pois a conclusão da história acaba por amenizando o inicio. Além disso, é claro, há a brilhante trilha sonora de Hans Zimmer que faz valer a pena ver o filme somente para vê-la conjugada com as belíssimas cenas no espaço.

Além disso, vale a pena ver o filme por ele ser um tributo de um diretor que já é grande, à ficção-científica. É impossível não perceber o paralelo e a homenagem feita ao clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço. Temos os dois agradáveis robôs com voz humana, TARS e KIPP, a versão “Noliana” de HAL 9000, o computador que acompanha o Dr. Bowman em 2001. Além disso, as cenas espaciais, a gravidade zero, o belíssimo planeta saturno, a conclusão do filme, têm o potencial de fazer com que uma pessoa que visse apenas as cenas e não entendesse o contexto achasse que é uma refilmagem do clássico.

Interestelar, venceu apenas o Oscar de Melhores Efeitos Visuais e foi indicado em mais quatro categorias (Melhor Trilha Sonora, Mixagem de Som, Edição de Som e Design de Produção). Pouco para este filme com incrível fotografia e belíssima atuação Mackenzie Foy, atriz de 14 anos que atrai todas as atenções para sua personagem nos primeiros 30 minutos desse filme de 2h49. A melhor ficção científica dramática do ano (para aqueles que se perguntam o porquê do “dramático”, assista Os Guardiões da Galáxia). Recomendadíssimo.

Avaliações

História: 9
Muitos poderão dizer que a história é um pouco forçada. Mas isso é uma ficção científica, é de se esperar que seja forçada. Além do mais, é um filme de quase três horas de duração que não é cansativo, o que é um feito difícil. Mas se alguém tinha capacidade de realiza-lo era o diretor Christopher Nolan. Depois de um filme de relativo sucesso, O Grande Truque, lançado em 2006, todos os filmes de Nolan têm a duração por volta de 2h30 ou mais. O Cavaleiro das Trevas, de 2008 tem 2h32, A Origem de 2010, tem 2h28, O Cavaleiro das Trevas Ressurge tem incríveis 2h45 e finalmente Interestelar tem 2h49. Vale ressaltar que mesmo com esta duração, o filme não permite que o espectador se distraia. Em toda a duração do filme, existe uma tensão que nos faz esperar pelo pior a cada virada dos eventos. Esta tensão contribui para que as 2h49 voem e quando o filme acaba ainda fica “um gosto de quero mais”. As excelentes atuações também ajudaram. Outra parte importante na construção do roteiro é a fidelidade para com a ciência. Na excelente reportagem do portal Folha-UOL, acessível através deste link, você pode ver o que é real e o que é mito em Interestelar.


Efeitos Especiais: 10
Qualquer comentário acerca dos Efeitos Especiais deste filme é injusto. Deram o Oscar por eles e a única coisa que direi é que eles são mais impressionantes do que Gravidade e Avatar. Pode parecer exagero, por isso, convido ao leitor para verem e avaliarem por si mesmos. São incríveis, valem a pena.


Atuações: 10
De inicio, podemos dizer que dos quatro atores principais, dois já ganharam o Oscar: Matthew McConaughey, que ganhou por Clube de Compra Dallas (2014) e Anne Hathaway por Os Miseráveis (2013). Além deles, Jessica Chastain foi indicada ao Oscar em 2011 por Histórias Cruzadas. Todos eles fazem jus a suas premiações e indicações, porém, apesar de toda esta galeria de estatuetas o destaque vaia para a atuação de Mackenzie Foy, atriz de quatorze anos que interpreta a filha de McConaughey aos dez anos. A atuação dela atrai todas as atenções na primeira hora do filme. Não será surpresa se ela for indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. Vale lembrar que Anna Paquin (a Vampira de X-Men) ganhou o Oscar pelo filme O Piano em 1994 aos onze anos de idade, portanto, três anos mais nova do que Mackenzie Foy hoje. Outros dois atores também merecem destaque. John Lithgow, que interpreta o sogro de Cooper é provavelmente o ator mais premido mais desconhecido do cinema. Ele venceu cinco Primetime Emmy Awards (1986, 1996, 1997, 1999 e 2010), 2 Globos de Ouro (1997 e 2010) e foi indicado ao Oscar duas vezes (1982 e 1983). Mesmo assim ele é pouco conhecido pelo cinema e mais conhecido por ter sido o assassino “Trinity Killer” do seriado Dexter. O outro é Wes Bentley, ator que aparentemente virou o “quebra-galho” oficial de Hollywood. Após ter atuado em 2010 em apenas um filme, ele já participou de 20 filmes até 2014, dois deles inclusive com posts neste site, Hirokin e Jogos Vorazes. Após ter alcançado a incrível marca de cinco filmes por ano, especula-se que ele tenha o melhor empresário do mundo. Além deles, ainda temos Matt Damon, que aparece quase como uma surpresa, fazendo em personagem coadjuvante.

Final: 8
Pensei bastante sobre qual nota dar ao final de Interestelar. De inicio, minha nota seria 10. Porém, me lembrei que este filme possui uma homenagem a um filme clássico incrível, que é o 2001: Uma Odisseia no Espaço que tem um final inesquecível que não é 10. Por isso, por justiça, 8 é uma nota adequada.
Avaliação Global: 9
Como já afirmei é provavelmente o melhor drama de ficção científica já lançada na década. Mas ainda não é nota 10. São poucos os filmes que merecem um 10, mas também são poucos os filmes que merecem um 9 e Interestelar entra nesta categoria. Vale a pena!!

Veja o trailer legendado:




segunda-feira, 1 de abril de 2013

Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012 - Gary Ross)



Em um futuro longínquo, no qual a humanidade se destruiu em guerras nucleares que tornaram a maior parte do mundo inabitável, uma parte do território norte-americano sobrevive. Ali, uma guerra civil ocorre. Treze distritos industriais e agrícolas se rebelam contra a única grande cidade restante, a Cidade Capital (ou Capitol City), que explorava a mão de obra dos distritos para prover a cidade de bens e alimentos. Anos de batalha foram travados até que um ataque nuclear ao distrito número 13 levou os outros doze à rendição. Como perdedores, os distritos foram forçados a aceitar condições de trabalho praticamente escravistas e, além disso, como maneira de impor seu poder, a Capital decide que, anualmente, cada distrito deveria oferecer um casal de adolescentes, entre 12 e 18 anos, como tributos para a capital, com o objetivo de disputar um jogo, um contra o outro, até a morte, chamado Jogos Vorazes (Hunger Games). Aqui começa a história do filme.

No 74º ano após o fim da guerra, os Jogos Vorazes são vistos pelos habitantes da capital como o grande evento do ano e transmitido via TV como um reality show. No centro da história está Katniss Everdeen, uma jovem de dezessete anos, moradora do mais pobre dos distritos, o Distrito 12, órfã de pai que, por ter uma mãe com depressão profunda, acaba se tornando a provedora da família. O filme começa com ela abraçando sua única irmã, Primrose (Prim), que havia completado doze anos naquele ano, e acabara de acordar de um pesadelo no qual ela havia sido escolhida como tributo. Katniss a tranquiliza dizendo que a chance era muito pequena por ela ser muito jovem e sai de casa para caçar, uma atividade ilegal, mas que era tolerada por ser uma das poucas fontes de alimento para a população do distrito. Descobrimos que ela é uma excelente arqueira, o que viria a ser sua marca como personagem. A partir daqui, a história se torna um pouco previsível. Mais tarde, Katniss e Prim vão juntas a escolha dos tributos, vestindo suas melhores roupas, uma imposição humilhante da capital, e, após uma sequência de eventos que muitos leitores já devem ter adivinhado, Katniss acaba como tributo na 74ª edição dos Jogos Vorazes. 

Baseado em um livro infanto-juvenil que ficou famoso entre adolescentes principalmente pela história de amor que se desenrola dentro do Jogo, Jogos Vorazes tem sofrido muito preconceito por parte dos homens que procuram assistir o filme. É claro que eu não direi que a história de amor não é uma grande parte do filme, mas muitas pessoas desconsideram que as sequências de ação são muito bem feitas. Nas cenas dentro do jogo, pelo menos dois filmes de ação e ficção científica me vieram a cabeça. Coincidentemente, ambos com Arnold Schwarzenegger. O primeiro foi O Predador, principalmente pelo fato de que ele e Jogos Vorazes têm basicamente a mesma história: pessoas jogadas no meio de uma floresta, caçando e sendo caçadas e com um final no qual apenas um sobreviverá. De fato, até mesmo a floresta de ambos os filme é parecida. O segundo foi é menos conhecido, mas também tem sua cota de sucesso. O Sobrevivente, filme no qual, o personagem de Schwarzenegger é injustamente condenado a morte através de execução pública em um reality show na TV. Ele deve passar por vários adversários armados, sendo que, completando todas as provas, ele é inocentado. 

Falando em linhas gerais, a história de Jogos Vorazes não é 100% original. Seu grande trunfo é a maneira pela qual ela foi contada, que acabou sendo original. Talvez não seja o tipo de filme que fãs de Jornada nas Estrelas, por exemplo, procurem quando buscam uma ficção científica, mas é um filme que certamente entrará no rol de bons filmes sci-fi em um futuro não tão distante. Vale nota as homenagens ao excelente livro de George Orwell, 1984. Logo no começo do filme, vemos que a personagem principal, Katniss, tem o apelido de Catnip, ou erva-do-gato. Sua irmã chama-se Primrose (em português, prímula). Em 1984, essas duas flores formaram o campo no qual o personagem Winston passou seu primeiro dia de liberdade com Julia. Em Jogos Vorazes, percebe-se que Katniss e Primrose têm o mesmo significado da obra de Orwell, liberdade. 


Avaliações 


História: 8 
É claro que não poderia ser perfeita. Se você perguntar para qualquer pessoa se ela quer ver um filme sobre um romance adolescente de um casal em uma arena na qual eles e mais 22 outros adolescentes têm que lutar até a morte enquanto toda a população de uma cidade acompanha como se fosse um Big Brother, poucas pessoas diriam sim, e essas são aquelas que não te chamariam de louco, mas a maneira como a história é contada faz toda a diferença, assim como em qualquer filme de ficção científica. 


Efeitos Especiais: 6 
São poucos e nem sempre muito convincentes. A falta de qualidade é, em grande parte, compensada pelo excelente trabalho em cinematografia. Vale nota para a péssima construção virtual da nave que leva os tributos dos distritos para a cidade capital, é pior do que muitas séries de TV. 


Atuações: 7 
Nos últimos dois anos, Jennifer Lawrence que interpreta a protagonista foi atriz principal em mais dois filmes, O Inverno da Alma e O Lado Bom da Vida. Ela foi indicada ao Oscar por ambos e ganhou pelo último. Por este motivo, eu diria que ela ganhou um 10, pois, mesmo não sendo uma atuação brilhante, no momento, não há atriz melhor do que ela. Outro ator que não pode ser criticado neste filme é Woody Harrelson, que faz o papel do instrutor de Katniss, Haymitch Abernathy. Depois de atuar em filmes excelentes no início da década de 1990 como Assassinos Por Natureza e O Povo Contra Larry Flint, mas passou um período sem chamar muita atenção até que foi indicado ao Oscar em 2009 por O Mensageiro. Quanto a outros atores, nada que chame a atenção. Vale nota para alguns conhecidos: Stanley Tucci, indicado ao Oscar em 2009 por Um Olhar do Paraíso interpreta o apresentador Caesar Flickerman, Liam Hemsworth, que esteve em Os Mercenários 2 e que é irmão de Chris Hemsworth, o Thor, faz praticamente uma ponta em Jogos Vorazes, tendo em vista que seu personagem ganha importância no segundo livro. Além deles, Paula Malcomson, a Amanda Greystone de Caprica faz o papel da mãe de Katniss. 


Final: 10 
Por incrível que pareça, mesmo sendo baseado em uma série de três livros, a história termina. Talvez os produtores não esperassem que houvesse tanta público e decidiram por fazer um filme sem deixa para o próximo, ou talvez apenas agarraram a oportunidade, mas felizmente é um filme que te dá um gosto de “quero mais” e não uma angústia para saber como termina. 


Avaliação Global: 8 
É um excelente blockbuster de verão e um bom filme de ficção científica. Tem uma história envolvente e uma boa produção. Vale a pena fazer uma sessão cinema para assisti-lo. Recomendo.

Veja o trailer legendado: 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Delirium (Fox Television, 2013)

Previsão de lançamento: segundo semestre de 2013
Capa do livro publicado no Brasil pela editora Intrínseca 

No último dia 23, diversos sites de notícias sobre TV anunciaram que a Fox havia encomendado um episódio piloto para uma nova série de ficção científica. Os mais ávidos fãs do gênero comemoraram o fato de que uma das cinco grades redes de TV dos EUA (ao lado de CBS, NBC, ABC e The CW) haviam resolvido voltar a investir no gênero. Delirium não é, porém, uma ficção científica tradicional. A verdade é que o público de Delirium (ou Delírio, na tradução em português) se aproxima bastante do público de Jogos Vorazes, um filme que sofreu preconceito por sua popularidade entre fãs da Saga Crepúsculo, mas que é, pelo menos, mais bem feito do que a história dos vampiros. 

A origem da história de Delirium é uma trilogia de livros escritos por uma ainda desconhecida autora estadunidense chamada Lauren Oliver. A história se passa em um presente alternativo no qual apenas duas cidades dos Estados Unidos haviam sobrevivido a uma série de bombardeios inimigos em décadas passadas. Uma das cidades que sobreviveram, Portland, acabou nas mãos de um governo totalitário que acreditava que o amor era uma doença chamada, do latim, “amor deliria nervosa” (chegamos à parte infanto-juvenil). A história é focada no romance entre uma cidadã desta cidade chamada Lena, não curada da doença, e um “invalido”, ou seja, pessoa nascida fora das muralha da cidade chamado Alex. Uma vez livre, Lena decide lutar para que as pessoas possam amar umas as outras, história semelhante ao destino da personagem Katniss Everdeen da série de livros Jogos Vorazes de Suzanne Collins. 

Caso venha de fato a ser produzida, a expectativa quanto a esta nova série é de que Delirium venha a ser, para os fãs de Jogos Vorazes o que Game of Thrones se tornou para os fãs de O Senhor dos Anéis: praticamente a multiplicação em episódios de um gênero até então único. Para os fãs de ficção científica, resta apenas a esperança de que a Fox tente fazer uma série que seja interessante para todos e não apenas para o público infanto-juvenil, sedento por mais séries ao estilo de The Vampire Diaries

OPINIÃO: Big Brother, Delirium, Jogos Vorazes e 1984. 

Na literatura existe a teoria de que todas as histórias possíveis já foram escritas, e que os autores do presente contam as mesmas histórias com palavras e pontos de vista diferentes. Mais do que nunca, a história de Romeu e Julieta está em evidência. Crepúsculo e Delirium são releituras claras do clássico de William Shakespeare. Mas existe um clássico da literatura de ficção científica que foi colocado em evidência no presente, mas do qual pouco se fala. O livro 1984, de George Orwell, injustiçado pelas emissoras de TV que utilizaram o nome de seu grande líder, o Big Brother, como nome de um péssimo programa de TV, é homenageado várias vezes no romance de Collins. A começar pelos nomes de suas personagem principais, Katniss e Primrose, que em português são traduzido com Erva Gato e Prímula, as flores ao redor de Winston e Julia em seu único momento de liberdade em todo o livro. Delirium, livro o qual acredito ter tido alguma inspiração em Jogos Vorazes também traz alguns elementos de Orwell, como a extinção do amor e um Governo autoritário que o proíbe. Para mim, ambos os livros são versões “light” de 1984, mesmo que suas respectivas autoras não falem isso.

Atualização (07/12/2014): Segundo informações do site InsideTV, o canal Fox rejeitou o piloto da série, que foi exibido pelo Hulu em 20 de junho.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Virtuality (Virtuality, 2009 - Peter Berg)


Virtuality conta a história de uma missão de dez anos de uma nave chamada Phanton rumo a uma estrela fora do sistema solar, buscando um planeta para a humanidade se estabelecer, tendo em vista que o planeta Terra se tornará inabitável em 100 anos. 

Aparentemente, o filme tem uma sinopse descomplicada. Ela porém se transforma quando adicionamos que os dez integrantes da tripulação são filmados todo o tempo, e têm suas imagens transmitidas à Terra em uma nítida representação de um Big Brother Espacial. Nos primeiros 30 minutos, temos a impressão de que o filme será, de fato, a representação de um episódio do programa, até que um bug no computador transforma tudo em 2001 - Uma Odisseia no Espaço, pois, assim como o computador Hall, o computador Judy decide atentar contra a vida dos tripulantes. 

Tendo Nikolaj Coster-Waldau (o Jamie Lanister de Game of Thrones) no papel principal, Virtuality era o episódio piloto de uma série que não foi produzida. Com apenas algumas alterações no roteiro, este episódio foi lançado no formato de filme direto para DVD pelos estúdios Universal em 2009, mas nunca chegou a ser lançado no Brasil. Produzida pelos mesmo criadores de Battlestar Galactica, parte da história de Virtuality foi reaproveitada na série Caprica, que teve 20 episódios produzido pelo canal SyFy dos Estados Unidos. 


Avaliações 


História: 8 
Por ter sido produzida como episódio piloto, a história é lenta para se desenvolver. Temos a introdução de personagens, conflitos, apresentação de um enredo que seria desenvolvido em horas de episódios. Mesmo assim, é uma boa história, que surpreende até mesmo quem não gosta de Big Brother


Efeitos Especiais: 8 
São de fato uma excelentes os efeitos especiais em Virtuality. As cenas externas da nave são extremamente bem feitas e nos dá a impressão de estarmos assistindo a um filme com a qualidade de Star Wars ou Star Trek. Vale lembrar que a equipe de produção é a mesma de Battlestar Galactica, portanto é de se esperar uma boa produção. 


Atuações: 5 
Quando foi produzida em 2009, todos os atores era desconhecidos. Hoje, conhecemos Nikolaj Coster-Waldau, mas mesmo assim, apenas por um personagem. São atores comuns fazendo um trabalho adequado para uma série de ação na TV. Uma nota 5 chega a ser alta. 


Final: 3 
O final fica em aberto. Afinal de contas, é um chamado para os próximos episódios de um seriado que não existe. Deixa um gostinho de quero mais. 


Avaliação global: 5 
Se você estiver com saudade de assistir a uma boa série de ficção científica, vale a pena assistir. De certa maneira, Virtuality lembra muito a outros seriados como Star Trek: Enterprise e Firefly. É claro que é só um episódio, mas é um excelente episódio, melhor que muitos pilotos de séries que saíram do papel. Não descartem uma volta desta série no futuro, ela tem condição de atrair muitos fãs.

Obs: não encontrei um trailer no YouTube. Se alguém encontrar, agradeço a dica.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Tron - Uma Odisséia Eletrônica (TRON, 1982 - Steven Lisberger)


Quando foi lançado em 1982, Tron foi considerado um filme de complicado entendimento. Em um período no qual o jogo Tetris era considerado uma obra prima de computação, grande parte do filme se passa dentro do computador central de uma grande empresa de softwares chamada ENCOM. O filme cheio de efeitos especiais e história moderna foi um grande sucesso nas bilheterias americanas, mas apesar do espetáculo na produção, a maioria dos críticos considerou a história péssima. No Brasil, o filme passou em poucos cinemas e mesmo quando houve a moda das vídeo locadoras, o filme não ganhou muitos fãs. Após 30 anos, porém, Tron se tornou um filme cult. Com o avanço da tecnologia de softwares e da computação, o filme teve sua redenção. 

Tron conta a historia de Kevin Flynn (Jeff Bridges), um ex-programador da ENCOM que teve vários projetos roubados por outro programador chamado Ed Dillinger (Davis Warner). Ele desenvolve um programa para invadir o computador da empresa tentando encontrar provas do roubo (um hacker do bem). O programa aparece no filme como uma representação do próprio Flynn dentro do ambiente virtual. Acontece porém, que o programa é detectado e destruído pelo Programa Mestre. Flynn resolve então pedir ajuda a um amigo que ainda trabalha na ENCOM, Alan Bradley (Bruce Boxleitner), que o ajuda a entrar na companhia. Acontece que ele acaba sendo “atingido” por uma invenção que o transporta fisicamente para dentro do computador, onde ele encontra representações físicas dos programas e pode buscar as provas de que ele necessita. 


Avaliações 


História: 8 
É, de fato, uma história à frente de seu tempo. Mesmo depois de mais de 30 anos, nós ainda conseguimos identificar muitas coisas que são comuns hoje em dia, representados no ambiente virtual de Tron. Era um filme visionário, e hoje é um filme que ainda é atual. Vale uma nota alta por isso. 


Efeitos especiais: 8 
Olhando com olhos de 2013, os efeitos especiais não são muito bons. Olhando com olhos de 1982 o filme tem grandes efeitos especiais, que o colocam na prateleira de Star Wars e Jornada nas Estrelas


Atuações: 6 
Jeff Bridges, que em 1982 já havia sido indicado a dois Oscar’s, neste filme não faz uma atuação marcante. É bem provável que muitos nem sequer perceberam que ele é o mesmo ator que hoje conta com seis indicações e uma estatueta. Bruce Boxleitner, que era um ator com muitos papéis na TV, também não faz atuação marcante. Talvez, a grande marca em se tratando de atores neste filme seja a presença de dois atores principais da série Babylon 5: Boxleitner, o Tron, ficou famoso como o Capitão John Sheridan e Peter Jurasick, o Crom, ficou famoso como Londo Molari. 


Final: 7 
O filme acaba, sem deixar ponta para continuações. Não decepciona, mas deixa um gosto de quero mais (que acabou vindo em 2010, 28 anos depois). 


Avaliação global: 8 
É um bom filme para se assistir e também um clássico da ficção científica. Quem gosta do gênero deve assistir. Para quem diz que não gosta de ver filmes antigos, saiba que nem mesmo alguns filmes novos são tão atuais quanto Tron. Recomendo.


Veja o trailer:

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

O Predador (Predator, 1987 - John McTiernan)



A grande premissa “sci-fi” de O Predador é que os alienígenas são mais avançados tecnologicamente que os humanos, mas os humanos são mais astutos. O filme é basicamente um filme de guerra, que se passa em meio a uma floresta equatorial na qual uma equipe de resgate do exército estadunidense vai atrás de um helicóptero perdido. A equipe comandada por Arnold Schwarzenegger encontra um acampamento no qual eles acreditam que existem prisioneiros, e o destrói. Sem encontrar ninguém, eles decidem voltar ao ponto de encontro, mas descobrem que há algo sobre-humano os caçando. 

Com muitos tiros, explosões e cenas de luta, O Predador é um clássico dos filmes de ação, mas não necessariamente do gênero de ficção científica. Vale lembrar que muitas vezes os dois gêneros se cruzam, e filmes se tornam ícones para os dois, mas não é o caso deste. A grande importância deste filme é a introdução de um dos vilões mais importantes para o sci-fi, o próprio Predador, que nas histórias em quadrinhos posteriores ganhou o nome, Yautja e toda uma mitologia a sua volta. Podemos dizer que é um dos alienígenas mais importantes do cinema, e por isso vale sua menção no Ficcie. 


Avaliações 

História: 5 
A história do filme é bem básica. Homens do exército são mandados para uma missão. Concluem a missão. Precisam andar pela selva até o ponto de encontro. No caminho são caçados por um alienígena. O único motivo para a nota 5 é que os produtores e roteiristas sabiam que a história era ruim. Eles queriam era um motivo para dar tiros e mostrar grandes explosões, e cumprem bem a proposta, com um suspense até mesmo bem feito, de certa maneira. 


Efeitos Especiais: 4 
Explosões muito bem feitas. A clássica camuflagem do Predador, mesmo para a época é horrível. A visão térmica é horrível do mesmo jeito, mas ambas não comprometem o filme. 


Atuações: 6 
Uma atuação de Arnold Schwarzenegger no melhor de sua forma. Neste filme ele consegue, de fato, cativar os expectadores. Além dele, Carl Weathers, ator marcado pelo personagem Apollo Creed em Rock – Um Lutador tem bom personagem, junto a um dos melhores atores e diretores negros da história do cinema, Bill Duke. Uma equipe de atores de ação que fizeram atuações de atores do gênero, mas desta vez em grande estilo. 


Final: 5 
Uma épica batalha final. Uma destruição e o fim. Sem deixa para continuações, sem explicações. Típico filme de ação dos anos 1980 (dá até saudade). 


Avaliação global: 6 
É um clássico do cinema de ação. Não chega a ser um clássico do sci-fi, mas está naquela lista que todas as pessoa que gostam do gênero devem assistir. Recomendo.


Veja o trailer




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